A crise.
Que mais se há-de dizer, pensar e escrever sobre a crise?
Qual crise?
A económica?
A política?
A dos valores, da moral e dos bons costumes?
A da Saúde ou a da Educação?
Para qualquer dos lados que me vire - mesmo até quando não me viro e estou de frente! - lá vem a bosta da crise!
Francamente, 'tou farta!!
Não posso mais!
Não aguento mais ouvir falar desta crise e da sua subsidiária, a 'bolha', como tantos analistas gostam de referir!
É a bolha para cá, a bolha para lá, a bolha de '29, a bolha de '83, a bolha de 2001!!
A crise, contudo, trouxe muitas coisas boas por arrasto... ou de arrastão, como se prefira!
Senão vejamos: terminou, em Portugal, a criminalidade violenta; as bombas de gasolina já dormem tranquilas; negros e ciganos passam noites à fogueira contando velhas histórias de rixas lá para os lados de Loures; já não há partos prematuros nas ambulâncias e no INEM está tudo num brinquinho... etc, etc...
Pelas minhas bandas, abana-me a crise do meio do mês, a crise do dei-mesmo-agora-conta-que-a-pele-do-meu-pescoço-anda-diferente, a crise da família que envelhece, a crise do marido, a crise da mana, a crise da empregada que se queixa da crise, a crise dos amigos que desaparecem por causa da crise...
uff!!
A ver se tudo isto não me faz rebentar a bolha!
de vez!
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