Parece um título pomposo, para uma grande história. Mas não, a história é, afinal mais uma das tantas estórias do nossa recente modernidade.
Ora então, o executivo do dr. Sócrates - até esta estória estar esclarecida recuso-me a engrossar as fileiras dos que lhe chamam 'engenheiro' - cheio de bonomia, ou então e já que se adequa mais à quadra Pascal, cheio de compaixão e caridade, deu um feriadozinho na 5ª feira Santa!
Nem mais nem menos, e a juntar aos três dias seguintes... um descansito e pêras!
Ele e os seus, que se calhar até nem são católicos apostólicos romanos, concedem ao povo trabalhador - da administração pública, bem entendido - deste país um dia 'feriado' para que possam fruir com tranquilidade a religiosidade solene da quadra.
Os donos do Pingo Doce, do InterMarché, do Lidl e de outras pequenas superfícies semelhantes é que devem ter achado que tanto descanso só pode fazer mal à coluna e decretaram que em pleno Domingo de Páscoa os seus empregados apenas 'folgariam' da 13 às 15h!! É engolir o cabritinho e toca a andar prás caixas registadoras que há sempre povo que se lembra de ir comprar mais um coelhinho de chocolate a más horas!Ele deu! Seria um exemplo a seguir?
Isto é que é um país moderno!
E a tradição já não é o que era ... pois, e se deixarmos estas merdas continuar desta maneira, sem que ninguém faça nada por estes desgraçados que vivem de atender o público, até se deveria propor terminar com os feriados religiosos!!
Para que servem eles, afinal, se, e em vez de estar em família, esta gente tem de (re)abrir as portas do supermercado, não vá alguém ter uma quebra de tensão e ter de se atirar a um pacote de donuts e não haver nada aberto!
Onde estão os sindicatos nestes dias??
2 comentários:
Uma vez, na Segurança Social, um idoso(uso este termo em vez de velho, porque há quem fique melindrado) ao tentar esclarecer uma dúvida interpelou uma funcionária que o repreendeu por tratá-la por Senhora, ela que era "Dôtora". Várias pessoas assistiram à cena e ficaram deliciadas quando o velho (desculpem, o idoso), pedindo desculpa pela ofensa, disse-lhe que "Dôtora" poderia ser qualquer uma, senhora não! De rabinho entre aspernas,a dita virou costas, envergonhada!
O nosso primeiro ministro com o seu silêncio só demosntra que se agarra ao título como o Tarzan à liana. É a sua licença de autoridade, a sua credencial de moralidade..mas a culpa é nossa! Até pode ser importante saber se o Sr. é engenheiro ou não, mas num país em que todaa gente mente quando pode, estamos todos a esquecer-nos do essencial: será que ele falou verdade? O importante não é o apuramento da verdade quanto às habilitações,mas perceber se houve fraude ou não!
Há vários exemplos de pessoas que atingiram cargos de responsabilidade e liderança (se depois fizeram por merecer ou não, é outra história), que não tinham formação académica superior: Jacques Delors, John Major são dois deles e sempre foram honestos quanto ao seu percurso académico o que lhes conferiu honestidade e modéstia. Cá no burgo, um canudo dá a muiota gente autoridade para tratar todos como burros e ser arrogante! Cá na terrinha estamos a discutir se o homem está ou não habilitado a fazer estradas e a secundarizar o essencial que é a percepção do perfil, do carácter.
Quanto aos supermercados, é mais uma boa iniciativa para o desenvolvimento da economia e diminuição do défice. Com os "súperes" do "Allgarve" (outra de mestre) abertos entrou muito dinheirinho nos cofres do estado à custa do milhão de portugueses, espanhóis e ingleses que foi para lá descansar (?)! Com os dos norte do país também se facturou à custa dos espanhóis e dos mouros que rumaram à terrinha dos avós à procura de um bom cabrito.
Estamos na senda do modelo chinês,um país, duas velocidades. O que é bom para uns é mau para outros e por isso, enaquanto uns descansam à custa das benesses por via de uma quadra religiosa de um estado que se diz laico, o sector privado trabalha! Afinal em relação às decisões do governo, não é o dinheiro deles que está em causa! Um governo forte e justo teria “dado” um feriado a todos os portugueses, mas como já sabemos,há-os de várias categorias, mas como daria muito nas vistas dar férias ao deputados e deixar o resto da função pública a trabalhar, então vão todos para ninguém reclamar!
Qual é o espanto? Estamos em Portugal!
Libaninho
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